quarta-feira, 19 de outubro de 2011

São Paulo a Barra do Una - Último Dia

No sábado acordei as 6:00 da manhã, para poder me arrumar para ir embora, mas estava chovendo forte, então voltei a dormir, acordava de quando em quando e a chuva sempre caindo, por volta das 9:00 a chuva deu uma diminuída e eu aproveitei para desmontar o acampamento depressa. Me despedi da Barra do Una de baixo de água, e o que me salvou mais uma vez foi a capa de chuva que ganhei do meu amigo Renato.



Me disseram que o caminho de volta era mais complicado do que a ida, mas eu achei a volta bem mais tranqüila, por incrível que pareça era mais gostoso e motivante pedalar na chuva, o pneu da bike, que patinava em falso na lama, fazia eu me sentir numa pista de cross ou em alguma corrida de aventura, aquela chuva toda e o meu capacete enorme (que tenho certeza que meu amigo Nelson diria “ capacete de viatnamita”) faziam eu me sentir um verdadeiro guerrilheiro. Venci a estrada com bastante disposição e sem muita dificuldade e quando fui me dar conta já estava na Cachoeira do Paraíso.



Os moradores do local não quiseram me deixar entrar na cachoeira, disseram que era muito perigoso entrar com a água do jeito que estava e que a correnteza do rio poderia me levar, depois de alguma insistência acabaram deixando que eu entrasse contanto que eu não fosse para o meio do rio, entrei na água sem muito esforço afinal eu já estava bastante molhado, e tomei um banho na Cachoeira do Paraíso sem poder ir no tobogã natural, não tem problema, eu só querima me lavar mesmo.



Depois do banho, pedi pra moça do quiosque à margem do rio, para preparar um prato de almoço especial para mim, me tornei vegano há quatro meses, então meu prato teve o frango substituído por uma porção de mandioca frita.

Almocei e depois pedalei até a rodoviária de Peruíbe, onde comprei uma passagem para São Paulo, enquanto esperava o ônibus um senhor que estava sentado no banco da plataforma de embarque me perguntou se eu viajava o mundo de bicicleta, depois de eu dizer a ele que só fazia algumas viagens de vez em quando continuamos a conversar. Ele me disse, dentre outras coisas, que era muito doente, e quando perguntei o que ele tinha me surpreendi com a sua resposta “Depressão” e ele completou dizendo que já era muito velho e sem ninguém, e que sentia muita solidão. Ele também falou que eu devia parar de viajar de bicicleta, que esse tipo de aventura era muito perigosa, e que eu devia viajar de avião pois as passagens hoje em dia são muito baratas, e eu falava a ele que de avião não tinha graça porque não tinha aventura. No fim das contas ele me passou seu endereço e me disse que se eu voltasse a Peruíbe, poderia ficar sem problemas, acampado no sítio dele, onde havia cachoeiras e outros passeios por perto. Meu ônibus chegou e eu me despedi do simpático senhor que atendia pelo nome de João.

Cheguei em casa de noite, finalizando minha pequena aventura de feriado, que bastou para eu não me esquecer de que a vida é muito maior do que a rotina inerente ao cotidiano da vida urbana que levo.

Deixo abaixo o link do vídeo com as fotos da viagem, basta clicar nele para assistí-lo:

http://www.youtube.com/watch?v=9DCAxLhGIDk&feature=channel_video_title

Ciclo Abraços!

Nenhum comentário:

Postar um comentário